Presidente já reduziu áreas protegidas em prol das hidrelétricas

OESP, Vida, p. A13 - 06/04/2012
Presidente já reduziu áreas protegidas em prol das hidrelétricas

Análise: Marta Salomon

A defesa da construção de hidrelétricas na Amazônia pela presidente Dilma Rousseff não se limita ao discurso como o feito anteontem no Planalto. Essa defesa impôs recentemente a redução de 1.032 quilômetros quadrados da área de cinco unidades de conservação na floresta, abrindo caminho para duas novas usinas. A medida provisória que muda limites de áreas de proteção foi editada discretamente em janeiro e tem de ser aprovada pelo Congresso até o último dia de maio.
Anteontem, a presidente acusou a oposição à construção de hidrelétricas de "fantasiosa". A pouco mais de dois meses de sediar a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, a presidente reagiu a pressão de ambientalistas que veem retrocesso na área ambiental e reafirmou a busca de acordos para combater o aquecimento global e a pobreza: "Ninguém numa conferência dessas também aceita, me desculpem, discutir a fantasia".
A presidente havia pedido pressa nas providências para construção das usinas de São Luiz do Tapajós e de Jatobá, no Pará. A primeira dessas usinas é a maior do Complexo Tapajós, com potência de 6.144 MW (megawatts), mais do que metade da gigante Belo Monte. O governo quer que essa usina entre em operação em novembro de 2016.
Texto que acompanha a medida provisória diz que, após a inundação da área do reservatório da usina, o governo deverá aumentar unidades de conservação ou criar novas áreas de proteção para compensar a perda imposta a cinco áreas. A redução nessas unidades equivale a quase 70% do tamanho da cidade de São Paulo.
O Ministério do Meio Ambiente estuda a criação de uma estação ecológica de mais de quatro vezes o tamanho da cidade de São Paulo, que ganhará o nome de Alto Maués, no Amazonas. O projeto enfrenta resistências no Estado por conta da exploração de madeira na região.
Mas é apontado como a principal opção para compensar a redução imposta pelas usinas hidrelétricas do Tapajós. A área abriga a maior concentração de primatas conhecida no mundo, de acordo com informações do Instituto Chico Mendes.

OESP, 06/04/2012, Vida, p. A13

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,presidente-ja-reduziu-areas-protegidas-em-prol-das-hidreletricas-,857927,0.htm
Energia:UHE Amazônia

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Amazônia
  • UC Tapajós
  • UC Itaituba I
  • UC Itaituba II
  • UC Crepori
  • UC Alto Maués
  • UC Mapinguari
  •  

    As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.