Parque Nacional só terá 21 brigadistas em 2015

Net Diário - http://netdiario.com.br/ - 02/04/2015
Mesmo com grande queimada em 2014, ICMBio reduziu drasticamente número de agentes nas unidades


Entre outubro de 2014, cerca de 2,6 mil hectares de área com vegetação nativa de Mata Atlântica foram destruídos por incêndios no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, afetando Teresópolis, Petrópolis e Guapimirim. O difícil combate ao incêndio, que chegou até as partes mais altas do Parnaso, durou mais de 10 dias e teve grande repercussão diante de tamanha perda de biodiversidade em uma das mais importantes unidades de conservação ambiental do Brasil.

Porém, o enorme estrago causado nas florestas e que pode refletir na qualidade de vida de todas as comunidades do entorno não foi suficiente para se pensar em investimentos em prevenção e equipes para resposta rápida em caso de qualquer foco de incêndio. Pelo contrário. Esta semana foi anunciada a redução drástica do número de brigadistas em todas as unidades administradas pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade. No Parque Nacional, serão somente 21 pessoas contratadas, por um período de apenas quatro meses, para defender a já tão agredida Mata Atlântica.

"Precisamos da colaboração também com denúncias. Quando virem alguém fazendo algo errado, informem no Linha Verde do IBAMA", disse a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em entrevista à Diário TV

Esse número já havia sido reduzido no ano passado - quando justamente ocorreu um dos piores incêndios da história da unidade, caindo de 35 para 28 brigadistas. Anteriormente, o tempo de contrato de trabalho era de seis meses. Hoje, os investimentos em equipamentos e benefícios dos funcionários temporários também foram reduzidos, diminuindo assim o interesse em atuar na área. Em todo o país, o número passou de 1.589 para 987 pessoas. A quantidade de unidades de conservação ambiental que contratará pessoal especializado também caiu de 91 para 62.

A grave informação foi divulgada pelo jornal O Globo nesta terça-feira, citando documento assinado pelo Coordenador de Emergências Ambientais do ICMBio, Christian Niel Berlinck, alegando que o corte é resultado do ajuste fiscal que o governo implementou. "O ICMBio mantém o monitoramento permanente da situação de riscos de incêndios nas unidades de conservação e trabalha para ter condições de reagir de forma consistente a qualquer situação não prevista e alterações do quadro climático. O ICMBio também está reforçando suas parcerias dentro dos estados e municípios para fazer frente a eventualidades que surjam", informa a nota publicada pelo jornal carioca.



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