Moradores de Superagüi improvisam aterros de lixo

Gazeta do Povo-Curitba-PR - 01/03/2004
Problema de coleta irregular se agravou no feriado do carnaval.
Superagüi - Há pelo menos um ano, as comunidades que vivem nas ilhas do Parque Nacional do Superagüi acumulam lixo em depósitos improvisados. A coleta se limita à parte do material reciclável e só funciona no verão. Cerca de 250 toneladas de lixo estariam estocadas em pontos isolados da área de preservação. Durante o carnaval, podem ter sido geradas 5,5 toneladas de lixo na Ilha das Peças e na Ilha do Superagüi.

Uma comitiva do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) tenta localizar os lixões improvisados. O grupo esteve na Ilha das Peças e pretende percorrer ainda Superagüi. Segundo o presidente do IAP, Rasca Rodrigues, a intenção do governo do estado é adotar medidas que evitem o acúmulo de resíduos na reserva ecológica. A Ilha do Mel também deve ser avaliada. Segundo a associação de moradores local, a coleta tem sido feita regularmente pela prefeitura de Paranaguá.

A prefeitura de Guaraqueçaba, responsável pela região do Parque Nacional do Superagüi, informa que não tem barcos disponíveis para prestar o serviço regularmente. O governo do estado avalia a situação e promete implantar medidas restritivas. Enquanto o problema não é resolvido, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) orienta os visitantes a carregarem seu lixo na mala, para não agravar a poluição.

Durante o carnaval, a população das comunidades dobrou. Em Ilha das Peças, existem cerca de 150 famílias e outras 200 em Superagüi, a maioria dependente da pesca. "Hoje não há controle da visitação nem estrutura para garantir a preservação desses locais. A coleta de lixo está parada", afirma o funcionário do Ibama, José Otávio Consoni, supervisor da área de preservação. Para ele, governo, moradores e visitantes são responsáveis pelo problema. "Existem medidas simples que a população pode tomar. Quem leva lixo para as ilhas deve se preocupar em trazê-lo de volta", defende.

O prestador de serviço Oromar Rodrigues, que reúne o lixo reciclável coletado em Guaraqueçaba, conta que vem recebendo, semanalmente, um barco de lixo vindo das ilhas - cada um com cerca de uma tonelada de dejetos. O volume corresponde a 20% do total de resíduos gerados na reserva.
(José Rocher-Gazeta do Povo-Curitiba-PR-01/03/04)

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