Estado vistoria impactos de ocupação à Estação Ecológica do Cercadinho
17/05/19 - 14h23
Por RAFAELA MANSUR
Segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF), parte da ocupação está dentro da unidade de conservação
O Instituto Estadual de Florestas (IEF), em parceria com outros órgãos do Estado, realizou uma vistoria na ocupação Vila Nova, localizada às margens da BR-356, para verificar possíveis impactos das construções na unidade de conservação da Estação Ecológica do Cercadinho.
"O IEF tomou conhecimento há cerca de dez dias de que essa invasão estaria adentrando na unidade de conservação. A nossa preocupação é com a Estação Ecológica, que é uma área protegida é importante para a população de Belo Horizonte, ela tem mananciais de abastecimento da cidade", afirma o diretor de unidades de conservação do IEF, Cláudio Vieira Castro.
"Esse tipo de unidade de proteção integral não consegue conviver com comunidades no seu interior. Existe uma possibilidade de dano e isso é preocupante sob o ponto de vista ambiental", completa.
Segundo ele, houve um diálogo com os moradores da ocupação. "(Foi dito para) tomarem cuidado com os aspectos ambientais, com lixo e principalmente com fogo, tendo em vista a proximidade do período crítico, de seca, que vai de junho até novembro, aproximadamente. Temos muitos registros onde existem comunidades próximas a unidades de conservação de acidentes envolvendo incêndios florestais", diz Castro.
A maior parte da ocupação está em um terreno da União, no entorno de uma ferrovia abandonada, e tem cerca de cem famílias. Em dezembro de 2018, a Justiça Federal concedeu uma liminar de reintegração de posse do terreno em favor da União, mas a decisão não é válida para a unidade de conservação do Estado.
"Vamos avaliar as medidas que podem ser tomadas no âmbito judicial. Provavelmente pode caminhar para uma ação judicial a ser proposta pelo Estado, por meio da Advocacia Geral do Estado, pedindo também a reintegração", explica o procurador do Estado, Adriano Brandão de Castro.
Um dos membros da ocupação, identificado apenas como Mauro, diz que uma pequena parte da ocupação está dentro da unidade de conservação, mas não causa danos ambientais. Ele afirma que a ocupação não compromete as nascentes e que no local há, na verdade, previsão de construção de um grande empreendimento comercial por uma empresa.
Mauro ressalta que a luta das famílias é pelo reconhecimento do terreno ocupado como área de interesse social. "Todo mundo que está aqui são famílias de baixa renda, não temos pessoas que ganham mais de um salário mínimo, e mais de 50% da nossa comunidade se encontra desempregada", pontua.
O governo do Estado foi procurado pela reportagem para falar sobre o empreendimento citado pelos moradores, mas ainda não se posicionou. A empresa, que seria responsável pelo shopping, também não se manifestou até o momento.
https://www.otempo.com.br/cidades/estado-vistoria-impactos-de-ocupa%C3%A7%C3%A3o-%C3%A0-esta%C3%A7%C3%A3o-ecol%C3%B3gica-do-cercadinho-1.2182963
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